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Dólar e Ibovespa em Espera: Mercado Aguarda Desfecho do Julgamento de Bolsonaro


O impacto do dólar no pregão e as cifras confirmadas

O mercado financeiro brasileiro abriu e operou em modo de espera nesta terça-feira, 9 de setembro de 2025, numa sessão dominada por dois vetores de risco: o reinício do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) e as medidas tarifárias anunciadas pelos Estados Unidos que atingem setores exportadores do Brasil. No fechamento daquele dia, o Ibovespa encerrou muito próximo da estabilidade, e o dólar comercial ficou no patamar dos R$ 5,42–5,44, segundo séries oficiais e levantamentos de mercado. 

Resumo numérico:

• Ibovespa (fechamento em 09/09/2025): 141.618,29 pontos

• Dólar (referência/PTAX da data): R$ 5,4272 (PTAX/dados do Banco Central via Ipeadata). 

• Leilão do Banco Central: anúncio de rolagem de até 40.000 contratos de swap cambial tradicional para vencimentos de 1º de outubro de 2025. 

 

Por que o julgamento no STF virou risco macro

O papel de Alexandre de Moraes na sessão

A Primeira Turma do STF retomou o julgamento do processo que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro em 9 de setembro de 2025, com o voto do relator, Alexandre de Moraes, abrindo a etapa em plenário. A sessão e o cronograma (9 a 12 de setembro) foram amplamente cobertos pela mídia, e o teor dos votos levantou preocupação sobre possíveis repercussões políticas e diplomáticas. A própria retomada e o teor do voto do relator foram um gatilho imediato para fluxo de notícias e entrevistas que recalibraram o preço do risco nacional. 

Cronograma do julgamento (datas e formato)

Sessões previstas: 9 (terça), 10 (quarta), 11 (quinta) e 12 (sexta) de setembro, com janelas matutinas e vespertinas conforme programação da Primeira Turma. 

Por que isso importa para finanças: quando um país enfrenta processos políticos de grande visibilidade, investidores estrangeiros recalibram risco-país, níveis de exposição e custos de hedge. Em poucos minutos essa recomposição de risco se traduz em variação no preço do dólar, yields e fluxo para mercados emergentes.

 

O choque comercial — tarifas de 50% e por que isso preocupa

No mês anterior, os Estados Unidos anunciaram a imposição de tarifas de até 50% sobre uma série de produtos brasileiros. O anúncio teve impacto macro direto sobre setores exportadores sensíveis (máquinas, têxteis, papel, metalurgia e outros). O Ministério da Fazenda estimou um impacto “modesto” no agregado do PIB, mas com efeitos setoriais relevantes. Essas medidas explicam parte da aversão ao risco observada em pregões recentes e criam um canal adicional — além do político — para o câmbio subir e para o custo de capital local aumentar. 

Pontos objetivos:

• Setores mais expostos: cimento, metalurgia, móveis, eletrônicos, químico, farmacêutico, madeira e papel, têxteis. 

• Efeito direto: redução de receita de exportação e aumento de incerteza para empresas exportadoras, pressionando valuation setorial.

• Efeito indireto: maior necessidade de hedge cambial e aumento da volatilidade do dólar.

 

Como os mercados reagiram (Ibovespa, juros e câmbio)

Números verificados do pregão (fechamento e citações)

No fechamento de 9 de setembro de 2025, o Ibovespa ficou muito próximo da estabilidade, com leve recuo em nome da realização de lucros após ralis anteriores. Os veículos de mercado registraram fechamento em 141.618,29 pontos. Ao mesmo tempo, o câmbio operou em patamares que deixaram gestores atentos à possibilidade de novas escaladas caso o cenário político se agrave. 

Contexto internacional: a expectativa generalizada no mercado era de que o Federal Reserve dos EUA poderia iniciar um ciclo de cortes, o que tende a reduzir o dólar globalmente. No entanto, o efeito local das tensões políticas e do pacote de tarifas dos EUA criou uma dinâmica mista entre fluxo internacional e risco doméstico. 

Leilão de swap cambial programado pelo Banco Central

O Banco Central agendou leilões para rolagem de contratos de swap cambial tradicional — até 40.000 contratos para rolagem do vencimento de 1º de outubro de 2025. Essa ferramenta é usada para prover liquidez e amortecer choques pontuais no câmbio. A presença do BC no mercado reduziu, em parte, a pressão imediata sobre o dólar, mas não eliminou a incerteza sobre direção futura. 

 

Perspectivas para o câmbio e níveis técnicos (suportes e resistências)

Visão técnica e macro (linguagem acessível):

• Região chave: os analistas técnicos e casas de research apontaram a região de R$ 5,40 como um nível importante de resistência/controle. Se houver melhora política e enfraquecimento do choque tarifário, o câmbio pode testar suporte em torno de R$ 5,30. Em cenário adverso (escalada de conflito político-diplomático) o dólar pode retomar patamares acima de R$ 5,54–R$ 5,62

Cenários práticos:

• Cenário favorável (resolução ou desescalada): fluxo entra, real se valoriza, dólar tende a corrigir para R$ 5,30 com redução de volatilidade.

• Cenário base (incerteza persistente): câmbio oscila entre R$ 5,35 e R$ 5,54; Ibovespa flutua sem tendência clara.

• Cenário adverso (escalada entre Brasil-EUA + risco político): fuga para liquidez, dólar sobe consistentemente; ativos mais sensíveis (exportadoras e instituições financeiras com exposição externa) sofrem.

 

O que investidores — por perfil — devem considerar

Linguagem direta e prática. Evitaremos conselhos prescritivos; a ideia é orientar bases e riscos.

Para conservadores (objetivo: preservação):

• Reforçar caixa em instrumentos de alta liquidez (tesouraria curta, caixinhas remuneradas) e considerar proteção cambial se houver passivo em moeda estrangeira.

• Evitar exposição alavancada até o desfecho do julgamento e ao redor de eventos tarifários.

Para moderados (equilíbrio retorno-risco):

• Manter parcela em multimercados ou fundos cambiais que façam hedge dinâmico.

• Acompanhar documentos oficiais do BC (leilões de swap) e ajustar hedge quando o BC consumir liquidez. 

Para arrojados (buscando oportunidade):

• Avaliar empresas com exposição doméstica estável, pouco impactadas por tarifas, e procurar pontos de entrada em empresas exportadoras apenas se o cenário técnico confirmar reversão.

• Usar ordens limitadas e reduzir tamanho de posição durante noites de alta volatilidade.

 

Riscos principais e gatilhos que seguimos

Lista com marcadores (clara e direta):

• Decisão do STF e repercussão política: condenação, processo ou constrangimento político pode acelerar fuga de capital. 

• Ações tarifárias dos EUA: ampliação das tarifas ou retaliação reciproca afeta receitas de exportação. 

• Atuação do Banco Central: leilões de swap e intervenções podem segurar movimentos abruptos do dólar no curtíssimo prazo. 

• Cortes (ou não) do Fed: decisão do Fed ajusta o ambiente de fluxo global, afetando o preço do risco e o dólar a nível internacional. 

 

Resumo prático e recomendações operacionais (tom didático)

Passo a passo fácil de seguir:

1. Confirme a sua exposição cambial: quem tem renda/receitas em reais e despesas em dólar deve checar hedge.

2. Mantenha caixa para volatilidade: recomenda-se ter um colchão (liquidez) até o próximo evento político ou até que o quadro tarifário seja revertido.

3. Use alocações por faixas de risco: não concentre mais do que sua tolerância à perda em ativos sensíveis a comércio exterior.

4. Monitore dois indicadores diariamente: fechamento do Ibovespa e PTAX/dólar; o movimento conjunto indica se risco local ou fluxo externo está predominando. 

Tática para quem opera posição cambial: prefira ordens escalonadas e ajuste stops baseados em volatilidade (não em valores absolutos) até ter clareza sobre o desfecho do julgamento e possíveis negociações diplomáticas.

 

Riscos de execução

Nós, do Investidor Mil, monitoramos: (i) cronograma judicial no STF; (ii) anúncios do governo dos EUA e medidas tarifárias; (iii) leilões do Banco Central e comunicados oficiais; (iv) dados de fluxo (captações e retiradas estrangeiras). Essas quatro janelas são suficientes para formar um painel de risco diário e ajustar exposição com rapidez sem decisões impulsivas.

 

Conclusão curta e didática

A combinação entre um julgamento de alto impacto político e medidas tarifárias dos EUA elevou a prontidão dos gestores e empurrou mercados a operar com cautela. O dólar segue sendo o termômetro mais ágil do apetite por risco. Intervenções programadas pelo Banco Central (swap de até 40.000 contratos) ajudam a dar liquidez, mas não resolvem a incerteza estrutural: o desfecho do episódio político e a evolução do conflito comercial definirão o rumo do câmbio nas próximas semanas. 

 

> LEIA TAMBÉM:

Títulos Privados: Onde os Grandes Bancos Estão Investindo em Setembro

 

> NOTA DE INSERÇÃO:

Este conteúdo tem caráter informativo e não constitui recomendação de investimento personalizada. Antes de tomar qualquer decisão, verifique suas metas e consulte um assessor financeiro qualificado.

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Thiago Figueredo

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